Segurança fechou as portas porque tinham que pagar" BRASIL, ONDE O DINHEIRO VALE MAIS QUE 245 VIDAS.
Tentávamos puxar as mãos que apareciam entre a cortina de fumaça,
relata jovem que estava em boate Estudante de Medicina Murilo De Toledo
Tiecher, 26 anos, foi um dos primeiros a sair do lugar e ajudou a
socorrer vítimas
Um dos primeiros a sair da boate Kiss, em
Santa Maria, quando o incêndio que deixou 245 mortos começou, o
estudante de Medicina Murilo De Toledo Tiecher, 26 anos, relata que, por
não enxergar a pista de dança, os seguranças não entenderam o que
estava acontecendo e tentaram barrar a saída dos jovens que estavam na
festa.
Ao correr para a saída,
Murilo ficou prensado contra uma barra de ferro que servia para
organizar a fila na entrada. Ao conseguir pular, deparou-se com a porta
da saída fechada.
— A gente gritou 'tá pegando fogo, tá pegando
fogo', mas o segurança abriu os braços e estava tentando manter a porta
fechada. Uns cinco ou seis caras derrubaram o segurança e colocaram a
porta abaixo. Era a única saída.
Murilo conta que o incêndio
começou quando foi aceso um tipo de sinalizador no palco e as chamas
alcançaram o teto. Ele relata que estava a 10 metros do palco e que o
fogo se espalhou muito rápido, em cerca de três minutos. Quando
conseguiu sair, foi um dos primeiros a ligar para o Corpo de Bombeiros.
— Os primeiros a sair tentavam puxar quem estava lá dentro. Apareciam
mãos, braços na porta entre a cortina de fumaça. Puxamos várias pessoas.
Eu, inclusive, puxei uma guria pelos cabelos. Foi um caos, o maior
desespero.
Quando os bombeiros chegaram, quem já havia saído
tentava dar direções de onde as pessoas estavam aglomeradas. O estudante
conta que pessoas que não conheciam o local entraram nos banheiros
pensando que eram saídas.
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